quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Zona

Cá estou, no SPFW, correspondendo aos meus milhares de leitores diretamente da sala de edição do ffw.com.br. O palco é a Bienal, em meio à floresta do Parque Ibirapuera, que ainda não tive a chance de conhecer muito bem. Como esperado de um evento desse nipe e porte, tem muita gente estranha, peões, hypes, indies e outros dedicated followers of fashion. Mas não vou falar deles (ou delas, porque são lindas, todas - embora blasés). Vou falar da estética do ambiente.

O prédio da bienal tem uma típica arquitetura moderna, ou seja, muito concreto e muito vazio, dando essa sensação bem urbana, a cara do Niemeyer. Para preencher esse vazio, existem postes e paredes pintadas com ícones da cultura midiática, como câmeras fotográficas, símbolos de gênero de banheiros, posições sexuais e símbolos conhecidos da sociedade. Além disso, o espaço entre os andares está repleto de telas LCDs com tags aleatórias(iso400, copacabana, cervejada, airplane, etc), que buscam imagens na internet e criam um vídeo a partir delas. Se não fossem as roupas das pessoas, eu me sentiria em um ambiente meio "Hackers" (o filme), extremamente noventista.

O que me chamou a atenção nisso tudo é a aleatoriedade das imagens, que na verdade são apresentadas como uma proposta para serem subjetivas e expressarem a massa da cultura virtual e blá blá blá. Só que eu enxergo uma disposição quase dadaista nisso tudo, porque o que se sobressai olhando o "conjunto da obra" acaba sendo a forma média das imagens e não seus significados individuais. Isso ao se aliar com a arquitetura do lugar, cria um altar de formas, curvas e cores. De certa forma, me sinto passeando num viaduto repleto de graffitis, só que mais burguesamente organizada.